Michi Shokunin é a única sobrevivente de uma família de renomados artesãos. A cicatriz de uma queimadura em seu peito é lembrança constante da tragédia que vitimou sua família. Ela sabe que só esta viva graças ao sacrifício heróico de seu pai. Michi também traz no coração o segredo terrível revelado por seu pai no seu ultimo suspiro, um segredo que vem lhe atormentar todas as noites na forma de um pesadelo envolvendo sons de correntes e uma cabana no alto de um morro.
Ato
01
Rota:
Nada
aconteceu. Localidade: Você chega a
uma cidade pequena. Aqui você terá um encontro urbano. Encontro urbano: Um exército de um clã nobre está na cidade. Você
será abordado por 1d6 soldados.
Intimidar. Lutar
A estrada que levava
a pequena cidade de Koori foi uma das mais tranqüilas e agradáveis que Michi já
caminhou desde que iniciou sua jornada. A Pequena Koori estava localizada num
pequeno vale próxima a um riacho e cercada por plantações de arroz. As pessoas
andavam despreocupadas pela estrada. A presença de homens puxando carros e
mulheres com tabuleiros convergindo para a cidade indicava para Michi que ela chegou
na hora do mercado: quando os agricultores e artesãos expunham e vendiam seus
produtos.
Logo na entrada da
cidade Michi deparou-se com uma tenda que vendia chá, saque e comida de rua.
Sentou num banco sob uma antiga cerejeira e pediu chá e okonomiyakis. Tirou o
chapéu e exibiu a cabeleira negra como a noite. Um vento soprava trazendo um
pouco de frescor para àquela hora do dia.
- Você?! Viajante?! –
três soldados surgiram diante dela – De onde vem?!
Eram os três soldados
que ela observou, segundos antes, passar pela rua. No exato momento em que
depositava as armas sobre o banco. Um dos soldados havia olhado com curiosidade
para suas armas. Eram soldados do clã nobre Shimayagi, um clã conhecido pelo
uso militar de ninjas. Mas aqueles não eram ninjas, apenas soldados camponeses
comuns.
- Venho do leste! –
Michi respondeu após sorver seu chá.
- E o que veio fazer
em Koori?
- Como vê, estou
descansando e comendo! – ela respondeu mordendo uma panqueca – Delicia!
- Estas armas são
suas? – outro soldado apontou para as espadas – Tem permissão para carregá-las?
Usá-las?
- A minha habilidade
com elas é a minha permissão! – Michi pousou a mão sobre as armas.
Os soldados riram
espalhafatosamente. Chamando a atenção de todos que passavam pela estrada e que
se serviam no quiosque.
- Uma andarilha como
você?! Saber usar as armas de um samurai?! Não brinque conosco! Entregue-as antes que acabe se
machucando!
O soldado levou as mãos na direção das armas. Michi
levantou-se segurando as espadas de seu pai fazendo os guardas recuarem
assustados.
- Estas espadas! – a ronin desembainhou ambas, que reluziram
com o reflexo do sol – Pertenciam a meu falecido pai! São minhas por direito de
nascença! Vocês, cães travestidos de soldados, tentam roubar o que é meu por
direito?! Sou Michi Shokunin! Venham e tentem tomá-las, cães!
Incitados pelo desafio os soldados do clã do bode ergueram
suas lanças. Michi assumiu a postura de combate do Niten
Ichi-ryu.
O primeiro soldado
investiu com fúria, mas desengonçado. Michi apenas deixou-o passar e atingiu
sua nuca com a empunhadura da katana. Ele desabou desacordado. O segundo, também
avançou com a lança em riste, pronta para perfurá-la.
Michi tentou realizar
a mesma manobra, mas quando desviou para o lado o soldado girou a lança,
acompanhando seu movimento, tentando atingi-la no franco. Michi bloqueou por um
triz o golpe e num giro de perna atingiu o soldado entre as omoplatas. Ele caiu
soltando um gemido seco.
O terceiro soldado, mesmo percebendo que não
podia subestimá-la, investiu da mesma forma que os outros: de lança em riste.
Mas quando ela se posicionou para se desviar do golpe de ponta, ele deixou a
ponta da lança cair iniciando um golpe de baixo pra cima.
Michi percebeu a
manobra do soldado no ultimo instante e recuou sentindo a lamina resfolegar em
suas vestes. Ele não se intimidou e fez a lança descer para atingi-la de cima
para baixo. Michi saltou com velocidade e atingiu o soldado no estomago com as
costas da katana: com o impacto o soldado foi arremessado alguns metros para
trás, nocauteado.
Michi guardou as
espadas em suas respectivas bainhas. Desde o inicio Michi não tencionava matar
os soldados, apenas dar-lhes duas lições: deviam deixar as pessoas comerem em
paz e não julgarem alguém pela aparência. Os maiores mestres do mundo não
estavam nos palácios, mas nas cabanas ao sopé das montanhas, dizia seu pai.
Pegou a mochila e o
chapéu e aproximou-se do quiosque pagou
o que devia, comprou uns nikuman para comer no caminho e saiu para a estrada comendo
um takoyaki.
– Delicia! – murmurou.
Algumas pessoas se
aproximaram dos soldados ajudando-os a se levantarem; já começavam a recuperar
a consciência. Outras olhavam para Michi com misto de admiração e respeito
enquanto ela seguia seu caminho.
Continua...
Cadê mais aventuras de nossa ronin fodástica??? xD
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